Alegria Também

Artista: Diogo Dias
Palhaço: Alegria Também
Companhia: Projeto Fuscazul – Cia. Circunstância
Naturalidade: Belo Horizonte
Nacionalidade: Brasileiro
Data Nascimento: 31/01/1980
Telefone: (31) 8704-5231
Skype: diogoalegria
Email: diogofuscazul@gmail.com
Site: www.fuscazul.com.br
Blog: www.coletivodepalhacos.com

Iniciei-me nas artes em 1998, no curso de formação circense da Spasso Escola de Circo e no Teatro Universitário da UFMG. Fui me interessando cada vez mais por esta entrega ao mundo do inverso, das lógicas às avessas. A coisa começou a ficar séria depois de uma oficina com a Adelvane Néia. Acho que ela ajudou com essa coisa de acender minha luzinha... Naquele tempo, um pouco mais brava, mostrou pra gente a seriedade desta brincadeira. Empenhando meu nariz vermelho, vivenciei experiências excêntricas. Procurando os parceiros, fui fazendo minha estrada: Armatrux, Trampulim, MU - Movimento Urbano, Grupo Strada, Experimento em 2 Estados, Cia Circunstância, Circo Volante... Com o Até Tu SLU, conheci vilas e favelas, e a nobreza dessas comunidades, com intervenções e pequenos números junto aos companheiros de escola, visitando hospitais, asilos, etc. Nesse vai e vem, o repertório foi aparecendo: uma coisa funcionava aqui, tentava fazer de novo ali, e nem sempre funcionava outra vez. Passados os 3 anos de escola, eu me vi formado (pelo menos no meu processo interno). Veio a decisão crucial: o estágio. Já sabia que o palhaço era o caminho e também, que passava pela arte de rua. Resolvi botar o pé na estrada e tentar sobreviver com meus exercícios pelo mundo afora, passando meu chapéu... Foram 6 meses muito intensos pelo nordeste brasileiro. Graças a essa coragem conheci a Bahia, Sergipe, Alagoas e muitos vilarejos. Fiz grandes amigos - Odécio, Janjão, Polayne, o Guimba que esteve comigo nesta jornada, e muito, muito público. Fazíamos intervenções em restaurantes, que sustentavam a viagem. Íamos montando pequenos roteiros e gags e produzindo ações onde encontrávamos espaço. A maior escola foi o público - as saídas descompromissadas, as rodas, as ações coletivas, individuais... O público sempre esteve lá! Mas também, nada melhor que uma boa conversa com artistas mais experientes. Aí sim, agente se coloca a prova. E quase sempre erra. Pois é essa a brincadeira. Como acertar errando? Fui muito feliz com o contato com figuras muito importantes no meu caminho, como a Adelvane, o Richard Riguetti, o Marcio Libar, Chacovachi, o Zé Regino, Gabriel Guimard, Sue Morrison, Avner, Beth Dorgan e tantos outros anônimos de notório fazer... Destaco dois momentos que nunca esquecerei. Primeiro, a viagem com a Cia Circunstância para o sul da Bahia no meu fuscazul sem pré-produção. Uma vivência mambembe sensacionalmente fenomenal. Trocávamos tudo por um agradecimento após o espetáculo - minha primeira experiência itinerante com o formato de espetáculo de rua como carro chefe do chapéu. Chegamos a fazer a mesma praça durante 7 dias, cada dia com um espetáculo completamente diferente do outro, e o público voltava trazendo mais e mais pessoas, que já se perguntavam: "O que esses palhaços vão aprontar hoje?" Mas como na vida nem tudo é só alegria, na volta o carro quebrou, já quase chegando em BH. O clima ficou um pouco tenso, depois de tanta vivência bonita na viagem que durou pouco mais de 40 dias. Aí, veio o segundo momento - antes solo do que Malacompanhado. Inicio de ano com pouco trabalho, pouco dinheiro que trouxemos da viagem, 6 meses sem carro - demos uma pausa no grupo e o pão faltava em casa. Assim, na pior, vi uma bela possibilidade de tirar proveito da situação. Montei meu espetáculo solo! Aos finais de semana escolhia uma praça ou parque para me aventurar... Sozinho... Situação que me trazia um frio na barriga que nunca tinha sentido com tanta força. A primeira vez foi na Praça da Liberdade. Cheguei com minhas coisas, olhava prum lado, pro outro... não sabia se podia fazer aquilo ali - se alguém ia me barrar, se o público iria se juntar... Resolvi perguntar ao cara que cuida da praça. Ele respondeu dizendo que eu só não poderia vender nada. Timidamente, arrumei um local menos visado para me trocar e fui brincar. O engraçado é que eu tinha levado uns malabares pra vender depois do espetáculo, e como eu não podia vender, anunciei ao público que eu tinha umas bolinhas, mas que eu não vendia nada, porém se alguém quisesse, eu poderia trocar por dinheiro. O guardinha deu boas risadas com minha solucionática daquela problemática... Esse foi parte do processo do palhaço Alegria Também, que desde barracos, até grandes edifícios... fez muito teatro quando ainda era assistente de pedreiro. Hoje ele é um "Grande Palhaço" de quase 2 metros! É malabarista, monociclista, equilibrista, acrobacista, perna de paulista e um dia foi até trapezista - mas desistiu porque tem que fazer muito esforço....
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