Repimboca

Artista: Evandro Heringer
Palhaço: Repimboca
Companhia: Cia Circunstância
Naturalidade: Manhuaçu/MG
Nacionalidade: Brasileira
Data Nascimento: 01/01/1977
Telefone: (31) 3413.5344 / 8762.3058
Email:
evandro.clown@gmail.com


Era reveillon de 1999 pra 2000 em Trancoso/Ba. Éramos três rapazes, unidos pela música que fazíamos com a nossa banda, o Dendalei. Minutos antes da virada, a gente estava se olhando no espelho, se maquiando e se preparando para o show. O prazer de estarmos juntos naquele lugar, acreditando em nossa arte e vivendo dela naquele momento era algo mágico. “Param para pam pam pam pam! É o Dendalei!” - gritávamos enlouquecidos na rua, numa noite de céu pipocado de estrelas, ao som do violão, do caxixi e à luz das labaredas que saía da boca do percussionista (Cris Siman), que também era palhaço - quem primeiro colocou um nariz vermelho na gente... No início, buscávamos novas formas de comunicação. Depois do nariz, não ouve mais volta. Uma banda de palhaços, que tocava Balão Mágico, Saltimbancos, Arca de Noé e outras coisas de nossa infância. Passamos a ver a importância da infância na nossa vida, e o quanto era bom relembrar tudo aquilo pra gente e pro público. Descobrimos tudo! Ser palhaço era isso! Era só ser criança! Mas isso era só uma porta que se abria... A banda se desfez, cada um foi ser pai em algum lugar desse Brasil, mas o palhaço que despontara ficou. A vontade de seguir esse caminho e mergulhar nele gritava dentro da gente. Com Rodrigo Robleño, eu pude conhecer melhor o “Mundo do Nariz Vermelho”, primeira oficina que fiz. Fiquei maravilhado com esse mundo novo que se abria à minha frente, quando colocava o nariz. Ser palhaço então era isso! Chegar vazio pra cena, aberto pro jogo, onde a lógica do palhaço era ver o mundo onde tudo era exagerado. Passei a usar essa lógica em tudo que eu fazia que envolvesse improvisação (bem, pelo menos tentava). Eu e Álvaro Lages (ex-Dendalei) - os Poetas Trouxas - vendíamos poesia falada na rua. Trabalhar na rua foi muito importante pra perceber a importância do público, o olho no olho, saber se doar e receber... o quanto o trabalho do palhaço é construído dessa forma. É fazendo pro público, que a gente percebe o que funciona e o que não funciona, que a gente vai lapidando isso. Ah, então ser palhaço é isso! E mais um tanto de coisas que a gente vai descobrindo fazendo oficinas e se apresentando. O legal é que nunca acaba! Sempre tem algo novo pra aprender. Fiz uma oficina no Festival de Inverno da UFMG com Adelvane Néia. Trabalhamos muito com exaustão. Percebi a importância da dilatação corporal para o estado de prontidão do clown. No Solar da Mímica fiz imersão com Alberto Gaus... Nossa! Processo doloroso para se chegar a um estado de clown onde a verdade é sua base. E com a verdade, a doação incondicional. Senti uma mudança muito grande no meu jeito de ser palhaço... Depois, Ricardo Pucetti, em Diamantina, onde eu me reencontrei, nesse prazer de estar em cena, olhando pro público e a Sue Morrison (Canadá), também muito importante. Verdadeiro mergulho dentro de mim mesmo, gostava da sensação do risco, do estar presente em cena sem saber o que fazer. O inesperado é o que nos torna vivos para o jogo... Reflexões à parte, nem só de oficinas vive um palhaço em sua busca. Desde 2005 que eu faço parte do grupo Circunstância, com o Diogo Dias e o Luciano Antinarelli (ex-Dendalei, rs), trabalhando com música, malabarismo, mímica, mágica, acrobacia e... palhaço é claro. Em 2007, fizemos várias apresentações em uma turnê pelo sul da Bahia viajando de Fusca Azul. Chegávamos na cidade, armava o cenário na praça e apresentávamos. Em Prado, fizemos 4 dias seguidos. Ufa! Cada dia tinha que ser diferente. Criamos o Momento Improvisado, onde o público dava o tema e a gente fazia uma cena. Isso foi muito bom pro nosso crescimento, pois era muito verdadeiro o risco, o jogo entre a gente e o público. O dinheiro do chapéu pagou a viajem. O fusquinha foi guerreiro, desse jeito dá vontade de conhecer o mundo inteiro! Por isso eu amo ser palhaço. Sinto-me mais livre assim. É uma chama que não se apaga. De um jeito ou de outro, a gente sempre retorna ao nosso palhaço, porque ele é a parte mais legal da gente. Talvez o nosso último refúgio, talvez a salvação desse mundo.
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2 comentários:

luiza fernandes disse...

olaaaaaa,que alegria te encontrar na rede!!!!!!!!!fico imensamente feliz de saber que seus projétos estao dando certo!!!!!!
Coloquei uma poesia que estava num dos diarios,escrevi pra vc ,qdo voçe foi na minha casa em sampa.está no blog!!!!!!!!!
beijo grande!!!!!!!!!

luiza

Rita De Blasiis disse...

Eita, Evandro!!!Que história bonita!!! e o melhor é que não tem fim...bom saber que todo dia Vc abre esses olhos de alegria pro mundo ver e pensar melhor no que ele quer ser, bj grande, Rita De Blasiis (nós e a Wendy em BH)